"O Galope a Beira Mar deve ser cantado em assuntos praieiros, louvando as belezas do mar, que servem de inspiração poética ao violeiro. A distribuição de rima do Galope a Beira Mar é: ABBAA AR AR CC AR. É oportuno salientar que o Galope a Beira Mar pode usar refrão para fechar a estrofe. O uso de refrão é facultativo e varia de repentista para repentista. Os mais comuns são: 'Nos dez de galope na beira do mar', 'Cantando galope na beira do mar', 'Só canto galope na beira do mar', etc. O Galope a Beira Mar apresenta variantes. O primeiro tipo foi criado pelo grande repentista Manoel Galdino Bandeira, e difere do Galope a Beira Mar tradicional apenas no número de sílabas dos versos primeiro, sexto e décimo, que são heptassílabos, enquanto os demais são hendecassílabos. Do seu criador, uma estrofe desse tipo de galope a beira mar:
'Mas vai Bandeirinha
No fuso, na prensa, na roda, no veio
Na linha, na corda, no cabo e arreio,
Arreio, no cabo, na corda e na linha
Na vossa, na tua, na dele, na minha
Vamos improvisar
Na fortuna, na dita, na sorte, no azar
No baque, na queda, no murro, no soco
Na boiada, na lama, no carro, no toco
Do galope beira mar'
O gênero em referência não mereceu boa aceitação, entrando logo em desuso (...). O galope surgiu da inspiração do repentista na cadência da musicalidade das ondas do oceano, num movimento de tanta perfeição, que parece uma orquestra sinfônica. O jogo das águas são notas musicais compondo a sinfonia que Deus escreveu, e deixou o homem como fonte perene de criatividade na sensibilidade da poética. Nascido no berço sagrado da inspiração, o galope não deve e nem pode afastar-se do trono originário, para não perder a essência estética que o definiu como estilo insuperável da arte de versejar. Os versos que compõem as estrofes de galope precisam conduzir, na intimidade da inspiração, o cheiro das águas no seu reboliço das ondas, que quebram no beijo amoroso, no colo da praia.
Tirar o galope da história dos mares é como calar os passarinhos, apagar a luz das estrelas, retirar as águas das cascatas, extirpar as pétalas das roseiras, mutilando a natureza e destruindo o belo. O galope deve ter o sabor das águas salgadas, na visão contemplativa do abraço e do beijo que o infinito realiza no ponto de encontro do céu com a terra, que os olhos contemplam sem poder pegar. Tirá-lo de seu nascedouro é violentar suas origens, empalidecendo o gosto e o brilho no monumento do belo".
Tirar o galope da história dos mares é como calar os passarinhos, apagar a luz das estrelas, retirar as águas das cascatas, extirpar as pétalas das roseiras, mutilando a natureza e destruindo o belo. O galope deve ter o sabor das águas salgadas, na visão contemplativa do abraço e do beijo que o infinito realiza no ponto de encontro do céu com a terra, que os olhos contemplam sem poder pegar. Tirá-lo de seu nascedouro é violentar suas origens, empalidecendo o gosto e o brilho no monumento do belo".
- Conteúdo retirado do livro: Nos Caminhos do repente, de Pedro Ribeiro, 2ª ed. Alínea Publicações Editora, 2006.
"O galope à beira-mar foi criado pelo repentista cearense José Pretinho. Conta-se que ele, após perder um duelo em martelo agalopado, foi retirar-se à beira-mar, e ali, vendo e ouvindo o marulho, imaginou o som de um galope. E fez os versos de onze sílabas (hendecassílabos), com a mesma estrutura de décima (estrofe de dez versos). Manteve o esquema rímico ABBAACCDDC usual no martelo agalopado".
- Conteúdo retirado do site Wikipédia.
Agora vamos praticar. Para DOWNLOAD, temos um desafio entre OS NONATOS, no Primeiro Grande Encontro de Poetas e Repentistas, realizado nos meses de abril e maio de 1999, em João Pessoa, Estado da Paraíba. O link para baixá-la vai a seguir: http://www.4shared.com/file/61590171/55bbbfe2/O_Serto__Galope_a_beira_mar__-_Os_Nonatos.html
Agora vamos à comunidade Oficina do Cordel praticar.
Um abraço a todos.